WHO Regional Office for Africa
  • Conteúdo multimédia

  • Imagens (1)
    • Mais de 1,2 milhões precisam de assistência de saúde na Província de Cabo Delgado em Moçambique
  • Todos (1)
Fonte: WHO Regional Office for Africa |

Mais de 1,2 milhões de pessoas precisam de assistência médica na província de Cabo Delgado, Moçambique

A violência e a insegurança afectaram um terço das 132 unidades de cuidados de saúde desta província

A OMS angariou 1,77 milhões de dólares para apoiar o governo e as organizações parceiras na resposta à emergência

PEMBA, Moçambique, 21 de may 2021/APO Group/ --

Mais de 1,2 milhões de pessoas precisam se assistência médica urgente na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde os recentes ataques armados provocaram novas deslocações da população e agravaram a prolongada crise humanitária.

A violência e a insegurança afectaram um terço das 132 unidades de cuidados de saúde desta província, ou forçaram o seu encerramento, impedindo o acesso das comunidades aos serviços essenciais de saúde e criando necessidades médicas urgentes para tratar o VIH, o paludismo e a tuberculose, para administrar vacinas e para realizar partos seguros entre as populações deslocadas e as comunidades de acolhimento. A prevenção da cólera, a resposta à COVID-19 e a prestação de serviços de saúde mental e psicossocial são também extremamente necessários.

“O desespero de milhares de famílias é cada vez maior, e muitas das pessoas afectadas pela violência dependem da ajuda humanitária para sobreviver. Temos de intensificar rapidamente a assistência, de modo a salvar vidas e a aliviar o sofrimento”, declarou a Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África. “Apelamos a que os doadores aumentem o seu apoio, para que possamos fornecer serviços de saúde essenciais e urgentes, bem como outros bens de emergência que são desesperadamente necessários.”

As necessidades humanitárias aumentaram depois dos ataques armados no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, que ocorreram em Março e obrigaram 52 000 pessoas a abandonarem as suas casas. São necessários cerca de 3,5 milhões de dólares para prestar assistência médica.  A OMS angariou 1,77 milhões de dólares para apoiar o governo e as organizações parceiras na resposta à emergência. 

A OMS está a aumentar a assistência médica e instalou três centros de tratamento de cólera, além de ter construído um centro de saúde provisório para atender as populações deslocadas e a comunidade de acolhimento no distrito de Chiuri, em Cabo Delgado. A Organização forneceu ainda produtos essenciais de saúde, incluindo kits para o tratamento da cólera e de traumatismos, de modo a prestar assistência às populações deslocadas e às comunidades de acolhimento. Foram enviados 17 funcionários da OMS para o distrito de Pemba.

“É urgentemente necessário garantir o pleno acesso aos serviços essenciais de saúde em todos os distritos acessíveis e estabelecer mecanismos para melhorar o acesso à saúde por parte de todas as pessoas vulneráveis que se encontram em distritos de difícil acesso”, afirmou o Dr. Joaquim Saweka, representante da OMS em Moçambique.

A OMS está neste momento a rever o seu plano de resposta e, logo que sejam mobilizados recursos adicionais, enviará mais recursos humanos e materiais para Cabo Delgado e outros locais do país em situação de emergência sanitária.

Cabo Delgado tem sido alvo de recorrentes ataques armados desde 2017. Em 2019, a província foi também afectada pelo ciclone Kenneth, que destruiu várias infra-estruturas, incluindo unidades de cuidados de saúde. Este desastre foi agravado por surtos de cólera e de sarampo, tendo a pandemia de COVID-19 aumentado os desafios sanitários.

Distribuído pelo Grupo APO para WHO Regional Office for Africa.